terça-feira, 28 de julho de 2009

PRÓXIMO ATO – ENCONTRO INTERNACIONAL DE TEATRO CONTEMPORÂNEO

PRÓXIMO ATO – ENCONTRO INTERNACIONAL DE TEATRO CONTEMPORÂNEO
O Itaú Cultural traz à Brasília a sétima edição do Próximo Ato – Encontro Internacional de Teatro Contemporâneo, que discute questões ligadas ao teatro de grupo no Brasil. Fóruns de discussão com cerca de 25 representantes teatrais da região Centro-Oeste brasileira, e debates com convidados nacionais compõem a programação, que ocorre entre os dias 04 e 06 de agosto, no Departamento de Artes Cênicas do Instituto de Artes da Universidade de Brasília. Em www.itaucultural.org.br/proximoato, é possível conferir textos de especialistas no assunto, o histórico das edições anteriores e um blog, que abre espaço para opiniões, sugestões, fotos e matérias relacionadas ao encontro.
O encontro da região Centro-Oeste é coordenado por Fernando Villar. Além dos palestrantes Peter Pál Pelbart e Eleonora Fabião e os curadores Antônio Araújo, José Fernando Azevedo e Maria Tendlau, o evento trará a Brasília representantes de teatro de grupo e de pesquisa de linguagem contemporânea de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul que se encontrarão com colegas do DF para debater suas realidades. Dentro do perfil pretendido, estarão representando o DF, os grupos Celeiro das Antas, Circo Teatro Udigrudi, Companhia B, Esquadrão da Vida, Grupo Desvio, Hierofante, Mundim Teatro, Teatro do Concreto e Trupe dos Argonautas. Goiás terá seis representantes dos grupos e companhias Artes e Fatos, Nu Escuro, Teatro que Roda, Teatro Ritual e Zabriskie. Enquanto Mato Grosso trará Companhia Pessoal, Grupo Fúria e Teatro Experimental Alta Floresta, Mato do Grosso do Sul enviará Circo do Mato, Flor e Espinho e Teatral Grupo de Risco. A Faculdade Brasileira de Teatro, Universidade Católica de Goiás, Universidade Federal de Goiás e Universidade de Dourados também estarão representadas no encontro sediado na UnB, além da Cooperativa Brasiliense de Teatro, Sindicato de Atores de Goiás, Festival Internacional Brasília Cena Contemporânea, Festival de Dourados e Festicamp (Campo Grande).
Coordenação, convidados e curadoria
Fernando Villar (Brasília) é autor, diretor, encenador e performador. Trabalhos como artista e professor com diferentes grupos, artistas, universidades e instituições do Brasil, Américas e Europa. Foi Coordenador do GT Territórios e Fronteiras da Associação Brasileira de Pesquisa e Pós-Graduação em Artes Cênicas (2003-2008). Professor do Departamento de Artes Cênicas e do Mestrado em Arte Contemporânea do Instituto de Artes da UnB, onde coordena o Laboratório de Investigação e Ação Artística (LIA), com sua Cia. CHIA LIA e Grupo Chia Lia Jr.. Ph.D em teatro e performance pelo Queen Mary College da University of London (financiamento CAPES).
Peter Pál Pelbart (São Paulo) é filósofo, ensaísta, autor de, entre outros, O Tempo Não-Reconciliado (Perspectiva, 2004) e Vida Capital (Iluminuras, 2003), tradutor de obras de Deleuze e professor no Departamento de Filosofia e na pós-graduação em psicologia clínica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), além de coordenador da Cia. Teatral Ueinzz.
Robson Camargo (Goiânia) Diretor e crítico de teatro, ator e professor do curso de artes cênicas da Universidade Federal de Goiás. Doutor em teatro pela ECA trabalhou no jornal Folha de S. Paulo (1984 e 1987) e no Jornal Movimento (1974-1977). Foi diretor do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado de São Paulo na gestão Lélia Abramo (1978 - 1981) e Lígia de Paula (1984 - 1987). Coordena o GT Teorias do Espetáculo e da Recepção da ABRACE e a Rede Goiana de Pesquisa em Performances Culturais: Memórias e Representações da Cultura. Robson fará o relato final na última sessão do Fórum Espaço Aberto dos grupos do Centro Oeste representados.
Eleonora Fabião (Rio de Janeiro) é atriz, performer e teórica da performance. Ao longo dos anos 90 atua em grupos permanentes de pesquisa e experimentação teatral no Rio de Janeiro: Centro de Demolição e Construção do Espetáculo (dir. Aderbal Freire Filho) e KO Produções (dir. Ivana Leblon). Em 2000 dirige e atua seu primeiro solo , Alice. A partir daí também se dedica a performance: realiza peças e publica textos no Brasil, EUA, Peru, México, França e Alemanha. Professora Adjunta do Curso de Direção Teatral da Escola de Comunicação da UFRJ desde 1997, é doutora em Estudos da Performance pela New York University (financiamento CAPES).
Curadoria nacionalAntônio Araújo (ECA/USP – Diretor e encenador do Teatro da Vertigem), José Fernando Azevedo (EAD/USP) e Maria Tendlau (Fundadora da Companhia do Latão e atriz da Cia. Boa).
Programação aberta à comunidade
Terça, 04/08 as 20h
abertura do encontro com a equipe do Próximo Ato.
mesa: Formas do Convívio I - Experiências, Formas com Eleonora Fabião (Rio de Janeiro)
Quarta, 05/08 as 20h
mesa Formas de Convívio II - Grupos e singularidades com Peter Pál Pelbart (São Paulo)
Quinta 06/08 as 20h avaliação e relato final do encontro dos grupos com Robson Camargo (Goiânia)

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3º CONCRETO ABERTO


Participe!

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sábado, 25 de julho de 2009

Mergulho em direção a fonte!

O Teatro do Concreto irá participar, no início do mês de Agosto/2009, de um Festival na cidade de Santos, São Paulo, com dois espetáculos: O Diário do Maldito, inspirado na vida e na obra do dramaturgo paulista Plínio Marcos; e a leitura dramática de "Inútil Canto e Inútil Pranto pelos Anjos Caídos em Osasco", também de Plínio Marcos.

Estamos imensamente alegres em poder levar nossa arte de volta para a matriz, para o berço das tantas histórias que lemos e nos aproximamos, com muito afeto e identificação. Plínio Marcos foi e será sempre um mentor para o Concreto. E agora, nós faremos nossa parte!


E evoé!

Segue abaixo o link para visitar o site do SESC de Santos e conferir a programação:

http://www.sescsp.org.br/sesc/programa_new/indexbusca.cfm?Unidade_ID=20&data=0&Atividade_ID=0&olodum=1&first=1&Contador=1&page=1&Palavra=

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Lisbeth Rios Egoavil é formada em Artes Cênicas bacharelado pela Universidade de Brasília desde 2004. É integrante do Teatro do Concreto desde no ano de 2006 e atua como assistente técnico e contra-regra no espetáculo Diário do Maldito.
As atuações fora do grupo são: professora da língua espanhola Wizard (professora e auxiliar de coordenação 2001-2006), Culturas Latinas (2005-2006), Escola de Espanhol Bravo, Banco do Brasil e Embaixada da Austrália (2005), Bravo (2007-2009).
Performer em três episódios de Tubo de Ensaios realizado na Unb: Apocalipse de Performance “Deus escreve certo por linhas tortas” (em parceria com Ana Vaz); Gênese de Performance “Dimensões cósmicas”( abertura do evento); Êxodo de Performance “Aids: A décima praga?”.
Além das apresentações em eventos como a festa das nações no ano de 2001 com o grupo de dança “Raices Peruanas” (professora coreógrafa e dançarina em parceria com Jessica Romero, integrante do Grupo); assim como no Festival Gastronômico Peruano realizado no Naum Plaza em 2002.
Em 2008, participou do da oficina de Iniciação à Arte do Palhaço, ministrada por Zé Regino, “Ruas Abertas” (performance de intervenção urbana) dentro do Festival Internacional de Teatro de Brasília Cena Contemporânea, Leitura Dramatizada do texto “Eram Vinte e Cinco Homens” no SESI (Taguatinga) e no SESC Garagem (ambas pelo Teatro do Concreto).Atualmente, trabalha junto ao grupo na concepção do novo espetáculo que tem como tema principal o Amor e Abandono.

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Zizi Antunes é atriz e estudante do curso de Educação Artística na Universidade de Brasília. Entrou no Teatro do Concreto em 2006, na estréia do "Diário do Maldito", onde operava a luz do espetáculo. Hoje, é coordenadora de montagem do espetáculo e atriz do Grupo, participando de outros processos como "Chegança", em 2007. Lecionou no ano de 2007 com alunos de 8º e 9º ano do Ensiono Fundamental. Trabalhou por 2 anos com o Grupo Cabeça Feita, pesquisando o Teatro Experimental do Negro com direção de Cristiane Sobral. Outros trabalhos como atriz incluem o espetáculo "Pelega e Porca Prenha na Mata do Pequi" em 2008, direção de Bárbara Tavares, "Por Debaixo do Tapete", em 2007, direção de Hugo Rodas, "Estátuas de Sal" em 2006, direção de Edson Duavy com consultoria de Chico Medeiros, "Artaud e Seu Duplo" em 2005, direção de Graça Velozo.

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Regina Neri é atriz, percussionista, cantora e estudante do 6º semestre de Letras Português / Espanhol na Faculdade Michelangelo. Participou de diversos trabalhos e oficinas artísticas: curso de Comédia Dell’Arte, dirigida por Leonardo Vilas Braga; Projeto Teatro na Escola; do ciclo de oficinas da Cooperativa brasiliense de Teatro, tendo com os diretores Humberto Pedrancinni e Moisés Vasconcelos; Joana Abreu e Ricardo Guti; e Lidiane Leão, experiências que culminaram, respectivamente, na concepção dos espetáculos “Pedro Malazarte”, ”Brincando com muito barulho por nada” e “Paulada”. Trabalhou como oficineira de teatro no projeto “IV Desfile de Moda Africana com meninos e meninas de São Sebastião” no Instituto Cultural Congo Nya.
Outros trabalhos: Dança Contemporânea no Centro de dança do DF em (2006). Oficina de percussão do evento Cena Mineira (2003), Oficina de criação de personagem com a espanhola Yael Belucha – realizada no Centro Cultural Brasil Espanha – atual Instituto Cervantes. (2003). Atuação com o grupo brasiliense Hierofante no espetáculo “A rua é um rio brilhante”. (2003). Coordenação do grupo de cacuriá Flores do Cerrado, também projeto da ONG Congo Nya (2007). É percussionista integrante da banda Congo Nya – Unificação Geral, oriunda da Guiana Inglesa, e do Teatro do Concreto. Atualmente trabalha com esquetes no Núcleo de Pesquisa Teatral do SESI, em Brasília. (2008).

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Robson Castro é fundador do Teatro do Concreto. Ator e bailarino. Licenciado em Matemática pela Universidade de Brasília, iniciou seus estudos artísticos em 1995 com oficinas livres de teatro e de dança contemporânea. Alem de fazer parte do Teatro do Concreto, atualmente é bailarino da Cia de Dança Contemporânea ASQ. Além do trabalho artístico é educador e trabalha com projetos sociais na Fundação Athos Bulcão desde 2001.Trabalhos como ator: "Haja Pau", adaptação de mamulengo, direção de Zé Pereira do Grupo Vozes de Araçuaí (1995); "Tropeço", direção de Francis Wilker (2004); "Diário do Maldito", direção de Francis Wilker no Teatro do Concreto; Leitura dramática de "Inútil Canto, Inútil Pranto Pelos Anjos Caídos" do Plínio Marcos (2007). Como performer atuou nas seguintes edições do Projeto Tubo de Ensaios da Universidade de Brasília com as performances: "Extrema-Unção" em Apocalipse de Performances I e II (2001); "Deuses" em Gênesis de Performances (2002); "O melhor lugar" do "Altar das Sentinelas" em Êxodos de Performances (2004). Como bailarino, participou de algumas performances e em novembro de 2007 participa da Bienal Sesc de Dança com o espetáculo Brasília - Cidade em Plano.

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Nei Cirqueira é formado pelo curso de licenciatura em Artes Cênicas pela Universidade de Brasília – UNB e dá aulas na Faculdade Dulcina de Moraes. É ator do Teatro do Concreto em: Diário do Maldito (Nov/dez/06 e mar/abr/08); Borboletas têm vida curta (mai/06); Inútil Canto e Inútil Pranto pelos Anjos Caídos – Eram Vinte e Cinco homens - Plínio Marcos (jun/07); Chegança (ago/07); e atuou também em outros espetáculos, tais como: II Ciclo de leitura dramática (Grupo Cabeça Feita – ago/2002); Anjo Negro – Nelson Rodrigues (dirigido por Francis Wilker – jul/03); Ajalá – O fazedor de cabeças (direção de Ricardo César – mai/04); Tropeço (direção de Francis Wilker - ago); Iago (direção de Nitza Tenemblat - fev/06 no CCBB – Centro Cultural Banco do Brasil); Pelega e Porca-Prenha na Mata do Pequi (direção de Barbara Tavares – mai/08). Entre seus cursos de formação pode-se destacar várias oficinas de preparação e treinamento do ator com nomes como Ligia Cortez, Marcelo Lazzaratto, Roberto Birindelli e Marcelo Bones. Participou de curso sobre Processo Colaborativo com Tiche Viana, Chico Medeiros e Luis Alberto de Abreu oferecido pelo Grupo Galpão (Galpão Cine Horto).Em sua experiência como professor de teatro pode-se destacar oficinas ministradas aos jovens da Entidade Transforme no período de maio a agosto/2004 em parceria com Francis Wilker; oficina de iniciação teatral oferecida a jovens do Centro Educacional N° 17 de Ceilândia/DF em parceria com Francis Wilker e a organização não governamental Estruturação com o objetivo de discutir e criar um espetáculo cênico sobre diversidade humana (Aprender a ser grande); oficina a jovens do Centro Educacional Nº 17 de Ceilândia/DF tendo como resultado o espetáculo Vila do Alívio apresentado no Festival de Teatro na Escola realizado pela Fundação Athos Bulcão em parceria com o Centro Cultural Banco do Brasil em dez/06.

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Hugo Cabral é integrante do Teatro do Concreto desde 2006. Tem interesse na pesquisa e criação da visualidade dos espetáculos cênicos e por isso busca aprofundamentos em estudos de cenografia, figurino, arquitetura teatral e outras possibilidades de espaços para a cena. Trabalhou com o grupo como ator do espetáculo "Chegança" e da leitura dramática "Inútil Canto, Inútil Pranto pelos Anjos Caídos" e como assistente de produção dos espetáculos "Diário do Maldito" e "Borboletas Têm Vida Curta", além de assinar o figurino deste último.É graduando em Artes Cênicas pela Universidade de Brasília. Estudou Cenografia na Universidad del Salvador, em Buenos Aires, Argentina (2008). Participa ainda do grupo de pesquisa em arte contemporânea "Corpos Informáticos", coordenado por Bia Medeiros. Foi ator no curta-metragem "As Fugitivas" de Otavio Chamorro e no espetáculo "Iago", dirigido por Nitza Tenenblat. Experienciou também trabalhos com Hugo Rodas, Sônia Paiva, além de cursos ministrados por Telumi Helen, Guilherme Bonfanti, Maura Baiocchi, Giselle Rodrigues, entre outros e outras. Possui ainda trabalhos como diretor de arte e figurinista de obras audiovisuais, tais como filmes curta-metragem e vídeo-clipes musicais.

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Francis Wilker é fundador do Teatro do Concreto. Ator e diretor teatral. Licenciado em Artes Cênicas pela Universidade de Brasília. Tem formação nas técnicas do Teatro do Oprimido, participou de oficinas de aperfeiçoamento com Antônio Araújo, Santiago Serrano, Chico Medeiros, Tiche Vianna, Luís Alberto de Abreu, Rogério Toscano, Maurício Paroni, entre outros. Integra o quadro de professores da Faculdade de Artes Dulcina de Moraes, onde foi Coordenador do Curso de Licenciatura e Bacharelado em Teatro de 2004 até 2006. Participou da coordenação do Festival de Teatro na Escola realizado pela Fundação Athos Bulcão em 2003, 2004 e 2006. Consultor do SESI DN na área de teatro desde 2007.
Alguns trabalhos como diretor/pesquisador são: “Escombros”(2007), “Chegança” (2007), “Diário do Maldito”(2006), “Borboletas têm Vida Curta”(2006), “Relicário”(2004), “NÓ”( em parceria com Lidiane Leão -2000). Como ator, participou de “Sala de Espera”(2003) com direção de Fabíola Gontijo. Além disso, desenvolveu trabalhos como performer no projeto Tubo de Ensaios da UnB nas edições Apocalipse de Performances (2001), Gênesis de Performances (2002) e Êxodos de Performances (2004).

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Gleide Firmino é atriz do Teatro do Concreto desde março de 2005.Teve o primeiro contato com Francis Wilker, diretor do grupo, em 2002 durante o Festival de Teatro na Escola. É aluna de Educação Artística na Universidade de Brasília. Junto com grupo participou dos seguintes trabalhos: Sala de espera, como operadora de luz em 2005; Borboletas tem vida curta, em 2006, como operadora de luz; Diário do Maldito, em 2006 como atriz; Chegança, em 2007, como atriz; Leitura Dramática Inútil Canto Inútil Pranto Pelos Anjos Caídos, em 2007 como atriz; e Ruas abertas, em 2008, como atriz. Atualmente pesquisa sobre Amor e Abandono, tema do novo trabalho do grupo, como atriz. Participou em janeiro de 2009 da oficina de dramaturgia, promovida pela cooperativa brasiliense de teatro ministrada por Leo Lama. Outros trabalhos como atriz: A serpente, O Judas Em Sábado De Aleluia, BOOOHH!!, A Sapateira Prodigiosa, Dom Quixote de La mancha, A casa de Bernarda Alba, Os Interesses Criados, O Gato Malhado, O Fantasminha Candango, onde também escreveu o texto e Andorinha Sinhá, onde também adaptou o texto de Jorge Amado e . Foi assistente de direção de Plínio Mósca na I Oficina de Interpretação Teatral No Ano Ibsen- 2006, que teve como resultado o espetáculo Um Inimigo do Povo de Ibsen. Em janeiro deste mesmo ano conduziu uma oficina de expressão corporal na Universidade Cátólica Silva Henriquez em Santiago do Chile.

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sexta-feira, 24 de julho de 2009

Quem tem medo de Plínio Marcos?

*Material levantado e publicado em trabalho acadêmico da Universidade de Brasília, no Curso Abril – Edição de textos em revista. Alunos escritores: Eduardo Fernandes, Fernanda Siqueira, Iuri Tôrres e Jamila Tavares


Há 50 anos, em Santos, no estado de São Paulo, um rapaz de 22 anos ficou chocado com uma notícia de jornal: um adolescente havia sido preso por um motivo banal e foi violentado sexualmente no cárcere. Ao sair, decidiu se vingar, matando quatro ex-companheiros de cela. A história mexeu tanto com os nervos do jovem que foi a inspiração para Barrela, primeira obra de Plínio Marcos. Há quatro anos, em Brasília, o grupo Teatro do Concreto iniciava a pesquisa que resultaria em Diário do Maldito, texto sobre o dramaturgo, mostrando que nem a diferença de meio século diminui a relevância do teatro dos sem voz.

“Enquanto houver alguém na miséria, um Estado autoritário, falta de políticas públicas, abandono e iniqüidade humana, Plínio vai ser atual”, avalia o jornalista Fred Maia, estudioso da obra de Marcos. “Recebo pedidos o tempo todo para adaptações de obras do meu pai, mais de 100 por ano, mas nem todas se concretizam”, continua Kiko Barros, filho de Plínio e detentor dos direitos autorais sobre os textos. Entre os projetos, adianta Kiko, está uma biografia escrita por Oswaldo Mendes e um documentário dirigido por Júlio Calasso.

Morto em 19 de novembro de 1999, após 27 dias internado no Instituto do Coração, em São Paulo, o dramaturgo deixou órfãos os “pés-de-chinelo” do Brasil. Como ele mesmo dizia, “nem Deus olha pelos meus personagens.” Marco na cultura tupiniquim, tinha na cultura irreverente e nos diálogos afiados a base de seus textos, pensados, essencialmente, para o ator, sem adornos cenográficos. Voz atuante nos anos de chumbo, viu o sol nascer quadrado diversas vezes, assim como viu grande parte das suas obras ser censurada, sempre taxado de subversivo. “Ser impedido de trabalhar, de ganhar o pão de cada dia com o suor do próprio rosto é terrível. Você tem a sensação de que é um exilado em seu próprio país.”

Barrela, escrita em 1958, estreou oficialmente apenas em 1980, ano em que as obras de Plínio foram liberadas – até então, tudo que escrevia, ao chegar a Brasília, era sumariamente censurado. A única opção era a clandestinidade, ajudado por amigos: não apenas atores, caso de Cacilda Becker e Tônia Carrero, mas artistas mambembes e charlatães em geral. A censura criticava, principalmente, a linguagem “subversiva” e a temática “pornográfica” utilizadas por Plínio. Ele não foi o primeiro a trazer linguagem falada nas ruas para os palcos do teatro, mas foi um dos precursores em colocar, por exemplo, uma prostituta como a Neusa Suely de Navalha na carne como protagonista.

Sua contribuição para a arte do país não ficou presa apenas ao teatro adulto: escreveu peças famosas para as crianças, como O Coelho e a Onça (1988) e Assembléia dos Ratos, do ano seguinte. Plínio Marcos contribuiu para a cultura popular ao participar de festas tradicionais e do cenário musical, além de marcar a passagem pela literatura, caso do clássico Querô – Uma reportagem maldita, de 1976, mais tarde adaptada para o teatro e para o cinema.

Concreto armado

Brasília não é mais uma ilha. O crescimento desenfreado das cidades vizinhas já se reflete nas ruas sem esquinas da capital do País. Mas, para muitos moradores do Plano Piloto e de outras áreas nobres, os pedintes não combinam com as formas desenhadas por Oscar Niemeyer. Apesar disso - ou talvez por isso - a escolha do grupo Teatro do Concreto de reinterpretar a obra de Plínio Marcos causou estranheza. Como reler um autor conhecido por transformar marginalizados em protagonistas numa cidade em que o paletó é uniforme quase diário e não roupa reservada para ocasiões especiais? Para encontrar a resposta, o grupo mergulhou por dois anos na obra do autor maldito. Além de ler as obras produzidas por Plínio, os integrantes do grupo investigaram sua vida, visitaram favelas do entorno de Brasília, conversaram com travestis, prostitutas e agentes penitenciários. O resultado é Diário do Maldito, peça onde vários personagens inspirados na obra de Plínio se encontram com o autor.

O encontro é intenso. Os personagens não agradecem pela chance de ter voz, eles cobram do poeta – encarnação de Plínio – carinho e um posicionamento. "Em uma cena de Diário, uma personagem inspirada na prostituta Neusa Suely, de Navalha na Carne, pede ao poeta que ele lhe escreva uma história de amor, uma linda noite com Vado", conta Francis Wilker, diretor da peça. Em outra, a personagem afirma que o poeta deve tudo aos fudidos, que ele só é o que é por causa deles. Para Wilker, a escolha de Plínio por retratar os marginalizados repercutiu intensamente em sua vida. "É complicado ser artista. Você paga um preço pelas escolhas que faz e o Plínio pagou um muito alto pelas que fez: foi demitido várias vezes pelo tipo de obra que criou e teve que se virar porque ninguém o queria por perto."

Para os integrantes do Teatro do Concreto as críticas de que a obra de Plínio é muito datada e que hoje estaria fora de contexto não condizem com a realidade. “Há um desejo comum no grupo de falar de um País que a gente faz de tudo para não enxergar. E pra nós o Brasil de Plínio é super atual. É triste, mas o Brasil que o Plínio retratou na obra dele não é um país distante do nosso, é um Brasil que a gente vive o tempo inteiro”, avalia Wilker. Essa visão está na essência do grupo.

O Teatro do Concreto é formado por atores que moram em cidades vizinhas a Brasília e que convivem com realidades diversas da Esplanada dos Ministérios e do Congresso Nacional. “Ter contato com a obra do Plínio e aproximar isso da nossa realidade deu uma outra amplitude ao trabalho. Eu deixei de olhar para meu umbigo e percebi que existem coisas muito mais sérias”, afirma a atriz Maria Carolina Machado. Para Wilker, a aproximação com a obra de Plínio fez o grupo querer ouvir mais vozes, se questionar para quem eles fazem arte. “O Plínio não se preocupa em julgar os personagens em sua obra. Ele apresenta situações tão nuas e cruas como elas são e usa uma linguagem muito próxima do cotidiano, que era usada nos presídios, nos puteiros. Essa busca de proximidade com o ser humano, sem julgamentos, acabou influenciando o grupo”, ressalta.

A aproximação com um público diferente do clássico de teatro se concretizou com a estréia de O Diário do Maldito. Após dois anos de pesquisas, o grupo tentou estrear a peça em vários palcos da cidade e, várias recusas depois, foi parar na Oficina do Perdiz. A oficina mecânica de José Perdiz é um dos palcos mais inusitados da capital federal. De dia, o lugar funciona como toda oficina tradicional onde se conserta carros. De noite, a graxa e as ferramentas dão espaço para grupos iniciantes de teatro.

Se para alguns a falta de recursos técnicos seria um obstáculo intransponível, para o Teatro do Concreto as limitações da Oficina - falta de iluminação, goteiras, arquibancada improvisada - complementavam o texto de Diário. “Todas as dificuldades da Oficina do Perdiz potencializavam o discurso da peça. A estética da sujeira tem muito a ver com a obra do Plínio e com o que queríamos passar”, afirma Aline Seabra de Oliveira, atriz. Wilker frisa que o espaço da Oficina acabou influenciando na peça: várias marcações foram feitas ali, assim como os atores destacam que seus personagens ganharam vida no lugar. “A Oficina do Perdiz é uma metáfora concreta do espetáculo: dentro de uma oficina que luta para continuar existindo – veja mais informações no box abaixo – nós falamos de um autor que dá voz aos que não têm voz e que lutou muito para se manter”, conclui Wilker.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

2º Concreto Aberto

Inauguração da Sede e 1º Concreto Aberto

Fotos do dia do evento.













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Inauguração da Sede


Com uma felicidade imensa que quase estoura o peito, inauguramos nossa Sede, nossa Casa!

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IV Mostra Latino-Americana de Teatro do Grupo

De 04 a 11 de Maio de 2009, a quarta edição da Mostra Latino Americana de Teatro de Grupo estará acontecendo na cidade de São Paulo (mais precisamente no Centro Cultural São Paulo), trazendo grupos da Argentina, México, Peru e Uruguai além de espetáculos de coletivos brasileiros também. O Teatro do Concreto participará do evento, com o Espetáculo "Diário do Maldito".
Além das apresentações, os grupos também farão demonstrações de trabalho a fim de estabelecer o diálogo e a troca de informações entre os coletivos participantes e os curiosos de plantão, que poderão conferir as demostrações.

Evoé para todos!

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Guia do Teatro de Grupo do DF

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Centro de Referência e Memória do Teatro Candango

Oferecerá à comunidade um acervo específico sobre teatro e arte-educação, com 200 títulos e iniciar coleta de materiais referentes a produção teatral do DF. O Centro será utilizado para consultas locais.

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Concreto Aberto

Promoverá discussões sobre temas relativos ao teatro contemporâneo e sobre teatro de grupo. Periodicidade mensal; Público aproximado: 240 - Participação gratuita.

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I Fórum de Teatro de Grupo do DF

pretende reunir, no mínimo 10 grupos durante 1 dia de evento.

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Entrelinhas e Concreto

Publicação do primeiro volume da série “entrelinhaseConcreto: Teatro Brasiliense” contendo processos criativos e textos dos grupos candangos Cia B. de Teatro (Espetáculo Páginas Amarelas), Teatro do Concreto (Espetáculo Diário do Maldito) e Celeiro das Antas Companhia do Riso (Espetáculo Bagulhar);

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Conexão DF

O projeto Teatro do Concreto: conexão DF é uma proposta de residência artística/manutenção das atividades de pesquisa, criação e compartilhamento do grupo brasiliense Teatro do Concreto -TC. O projeto, com duração de 10 meses, além de assegurar a continuidade dos trabalhos do grupo, prevê ações estratégicas para fortalecer a sua interação com outros grupos de teatro, artistas, escolas públicas e comunidade em geral, estabelecendo um espaço de diálogo ético, estético e artístico com o Distrito Federal.
Por entender que um processo de Residência Artística deve articular ações de pesquisa do grupo e também construção e difusão do conhecimento na área teatral, elencamos como diretrizes do projeto a continuidade da pesquisa de linguagem e criação no TC e o registro e disseminação de conhecimento sobre o teatro de grupo no DF. Entre as principais ações previstas estão: criação de um espetáculo inédito e realização de 12 apresentações; lançamento da publicação Guia do Teatro de Grupo do DF; publicação do primeiro volume da série “entrelinhaseConcreto:Teatro Brasiliense”que integrará textos e os processos criativos de 3 espetáculos locais de destaque na cena contemporânea. Entre as estratégias de contrapartida destacamos a realização do I Fórum de Teatro de Grupo do DF; o programa educativo Teatro do Concreto nas Escolas, o ciclo de debates Concreto Aberto e a criação de um Centro de Referência e Memória do Teatro Candango.
Acreditamos que por meio dessas ações fortalecemos a continuidade do nosso fazer coletivo, alcançamos condições de pesquisar e criar e, também, contribuímos com outros grupos do DF, valorizando a produção local, formando público, sistematizando e compartilhando o conhecimento produzido no campo efêmero que é o teatro.
O fortalecimento e continuidade do trabalho de grupos de teatro no DF se configuram como um grande desafio a ser superado. A consolidação e continuidade de coletivos de artistas representam o amadurecimento e a afirmação da produção simbólica de uma região, afirmando e re-significando características, modos de viver, pensar, agir e conviver. Incentivar a consolidação e garantir a continuidade da pesquisa e produção do Teatro do Concreto significa investir na afirmação do artista local e, conseqüentemente, no fortalecimento da identidade cultural do DF. É assumir a dimensão pública e social que a existência e contínua intervenção artística de coletivos criadores numa cidade se constituem como um ato sensível e poético de cidadania.

Saiba mais:
I Fórum de Teatro de Grupo do DF
Concreto Aberto
Centro de Referência e Memória do Teatro Candango
Entrelinhas e Concreto

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Mostra de Cenas Curtas- 5 visões sobre amor e abandono


Seguem abaixo as fotos das apresentaçõe sdos grupos residentes do Projeto Interações Estéticas.
Todas os grupos trabalharam (num processo colaborativo 'intensivo') na concepção de cenas pautadas no tema do Amor e Abandono, tema estudado pelo Teatro do Concreto na concepção de seu novo espetáculo, com estréia prevista para Novembro de 2009.




Grupo Estrupenda Trupe
Cena "Alice"










Grupo Casa Alheia
Cena "Diferenças"










Grupo Ced'Arte
Cena "Quando você me disse Adeus"









Grupo VOAR Cia. de Bonecos
Cena "(Adão)"










Grupo Teatro do Concreto
Cena "A Dama da Noite"







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Oficina de Direção

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Oficina de Dramaturgia

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Interações Estéticas

Mostra de Cenas Curtas



O projeto Cenas Concretas: interações entre os grupos brasilienses de teatro é uma proposta de diálogo ético, estético e artístico que o Teatro do Concreto vem realizando com quatro grupos de teatro do Distrito Federal: Grupo Voar (Gama), Grupo Quebrando o Gelo (Planaltina), Grupo Ced’arte (Cruzeiro) e Grupo Casa Alheia (Santa Maria). Vários integrantes desses participaram direta e indiretamente das oficinas e cursos do Ponto de Cultura ESTEC – Curso de Tecnologia Cênica, ligado ao NAC, Núcleo de Arte e Cultura.
O projeto Cenas Concretas, por meio do Teatro do Concreto, pretende incorporar as ações desenvolvidas pelo Ponto de Cultura e trabalhar conjuntamente para incentivar a prática de teatro de grupo em Brasília. Para tanto, o Teatro do Concreto dará continuidade a sua pesquisa sobre Amor e Abandono, realizando encontros com grupos de teatro e oferecendo oficinas de dramaturgia, direção e preparação do ator. Além de apresentarem cenas teatrais próprias, haverá sempre uma troca de experiências sobre o processo de construção de cada grupo, sobre o trabalho coletivo, as concepções estéticas e ideológicas que movimentam aquele grupo e reflexão sobre o processo colaborativo de criação teatral. A partir daí, o Teatro do Concreto lança a proposta de montagem de cenas que transitem no tema amor e abandono. A culminância do projeto será a realização da Mostra de Cenas.
O objetivo maior é o de promover o diálogo de múltiplas identidades e o intercâmbio entre os artistas integrantes do Teatro do Concreto e os artistas desses quatro grupos, que produzem e pesquisam a linguagem cênica, agregando e incentivando a prática de teatro de grupo no Distrito Federal.

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Diário em Órbita

O projeto Diário em Órbita consistiu na circulação do espetáculo Diário do Maldito nas regiões administrativas de Planaltina, Ceilândia e São Sebastião. Em conjunto com as apresentações foram realizados debates e workshops sobre processos de criação teatral. O projeto foi desenvolvido em parceria com as Administrações Regionais de cada cidade e com a rede de ensino local.
Com a difusão do espetáculo Diário do Maldito, para além do Plano Piloto, o Teatro do Concreto visou ampliar o diálogo com essas comunidades oportunizando o contato com um trabalho investigativo e de caráter experimental, o que tem colaborado para diversificar as possibilidades de apreciação artística nesses locais e contribuído para a formação de platéia.
O grupo entende as iniciativas de formação de platéia como um processo pedagógico que exige abertura e diálogo. Nesse sentido, ao final de cada espetáculo, foram realizados debates entre artistas e público, com o objetivo de acolher, discutir e refletir sobre as impressões dos presentes e “desvelar” os caminhos percorridos pelos artistas no processo de criação do Diário do Maldito. Dessa forma, o Teatro do Concreto acredita que contribuiu para um efetivo processo de apropriação e entendimento da apreciação e do fazer teatral.
O projeto Diário em Órbita realizou 6 apresentações, 2 em cada cidade escolhida, atendendo aproximadamente 480 pessoas, dentre artistas, estudantes e comunidade em geral. Realizou workshops de 6 horas em cada cidade, atendendo 90 participantes ao total e promoveu debates ao fim de cada espetáculo entre os artistas do Teatro do Concreto e o público. O objetivo de cada workshop foi promover um diálogo com grupos, artistas e demais interessados no fazer teatral, de modo a fortalecer o trabalho desses agentes culturais por meio do intercâmbio de técnicas, reflexões e exercícios relacionados aos processos criativos vivenciados pelos participantes.
Nessa perspectiva de atuação cultural, acreditamos estar efetivamente promovendo uma troca de saberes e experiências, levando em conta o potencial artístico da população e artistas locais.

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Ruas Abertas

A cidade é isso mesmo que você está vendo mesmo que você não esteja vendo nada. eixos que se cruzam. pessoas que não se encontram(Nicolas Behr)


A intervenção cênica, Ruas Abertas, compreende uma das etapas do processo de pesquisa e montagem de espetáculo teatral a partir das investigações iniciadas pelo Teatro do Concreto em 2008 acerca do tema Amor e Abandono.
A proposta deste tema para nortear a nova montagem do grupo é fruto da busca incessante de seus artistas por assuntos que afligem o homem contemporâneo. A rotina caótica de uma grande cidade; o individualismo e a solidão latentes na sociedade contemporânea; a transitorialidade das relações afetivas, do contato com o outro, as mudanças de referenciais de tempo-espaço, a relação dos homens com os espaços de convívio, a perecibilidade do ser humano frente aos avanços tecnológicos: todas estas foram questões que instigaram o Teatro do Concreto a buscar o tema deste novo espetáculo.Essa proposta temática começou a se desenhar durante o processo de construção do último espetáculo do grupo - Diário do Maldito. Foi justamente ao aprofundar num universo de temas e personagens de profunda dureza, cheios de angústias, inquietações e que também experimentavam as infinitas formas de amor e abandono que esta temática começou a nascer. Como naquele momento o foco do trabalho era a questão da marginalidade e do papel do artista, muitas das cenas e improvisações que tocavam em questões como relação amorosa, saudade, família, perda, entre outras, não foram aproveitadas. Portanto, era preciso criar um espaço para mergulhar em nós mesmos e poder transformar em arte nossas inquietações sobre amor e abandono na sociedade contemporânea. Então, a partir de meados de fevereiro de 2008 o grupo iniciou uma intensa pesquisa sobre o tema, continuando a trabalhar na perspectiva do Processo Colaborativo de criação.
A partir dessas cenas e improvisações, o grupo decidiu “abrir” o seu processo criativo para que o mesmo fosse afetado por outros estímulos e sujeitos. Assim, participou do Festival Internacional de Teatro de Brasília Cena Contemporânea 2008, onde realizou a intervenção cênica Ruas Abertas. Por ser um grupo profundamente identificado com a cidade de Brasília e com as possibilidades de diálogo que o seu significado simbólico e real possibilita o Teatro do Concreto, buscou para a realização dessa intervenção cênica, espaços urbanos que pudessem expressar o corre-corre cotidiano, a linearidade de uma agenda a ser cumprida, a falta de tempo para sentir. A partir dessa reflexão o espaço escolhido para as apresentações foi a rodoviária do Plano Piloto e três faixas de pedestres que a circundam. Um ponto central da capital que, no horário escolhido para intervenção – 17h –, vive o pico do trânsito de automóveis e pedestres. Os atores encenavam no tempo em que o sinal estava fechado para os carros e aberto para os transeuntes.
A intervenção que compreendia Ruas Abertas, além de trazer outras possibilidades de linguagem para o Festival, proporcionou uma experiência única de encontro entre atores e público numa espécie de “contaminação” mútua que impactou sobremaneira os caminhos de nossa pesquisa, apontando três eixos que poderiam ser verticalizados para a continuidade do trabalho e criação do espetáculo: possibilidades de relação/interação com o público; exploração do espaço urbano e o diálogo com outras linguagens artísticas (dança contemporânea, instalação e performance).

FICHA TÉCNICA
Criação: Teatro do Concreto
Direção: Francis Wilker
Assistente de Direção: Aline Seabra
Dramaturgia: Jonathan Andrade
Elenco:Alonso Bento, Gleide Firmino, Jhony Gomantos, Juliana Sá, Lisbeth Rios, Maria Carolina Machado, Micheli Santini, Nei Cirqueira, Silvia Paes e Zizi Antunes.
Produção Executiva: Ivone Oliveira
Assessores de Produção: Celma Loci, Elvis, Galdino Rebouças, Lorena Maria e Silva, Luciana Amaral e Thiago Nery.
Pesquisa e Direção Musical: Daniel Pitanga

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GALPÃO CONVIDA - TEATRO CANDANGO

Neste sábado, a partir das 14h, os integrantes da Cia. B de Teatro e do Grupo Teatro do Concreto, ambos de Brasília, participam do Sabadão “Teatro de Grupo e Processos Criativos na Capital Federal”. O debate faz parte da programação do Galpão Convida – Teatro Candango e tem entrada gratuita.
À noite, o grupo brasiliense Teatro do Concreto apresenta o espetáculo Diário do Maldito, resultado de dois anos de pesquisa sobre o universo de Plínio Marcos. A montagem, com direção de Francis Wilker, foi criada a partir de improvisações a respeito da vida e obra do dramaturgo paulista e suas conexões com Brasília.
O espetáculo será apresentado sábado e domingo, também dentro da programação do Galpão Convida – Teatro Candango. O projeto traz a possibilidade de um intercâmbio entre o teatro mineiro e grupos de outras regiões do Brasil. Nesta edição, o foco é a produção teatral de Brasília-DF.

PROGRAMAÇÃO:
Espetáculo “Diário do Maldito” – Grupo Teatro do Concreto.
11/10 – sábado, às 21h.12/10 – domingo, às 19h.
Ingressos: R$ 16 (inteira) R$ 8 (meia)
Sabadão “Teatro de Grupo e Processos Criativos na Capital Federal”
11/10 – sábado, das 14h às 17h.
Entrada franca.

CONFIRA em: http://www.galpaocinehorto.com.br/noticias.php?id=126

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Não Perca!!


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Mostra de Teatro Candango no Projeto Galpão Convida

O Projeto Galpão Convida, realizado todos os anos em BH pelo Galpão Cine Horto, leva este ano, e pela primeira vez, dois grupos de Brasília, realizando dentro do projeto uma Mostra de Teatro Candango.
Os espetáculos Páginas Amarelas da Companhia B de Teatro e Diario do Maldito do Teatro do Concreto se apresentarão no Galpão Cine Horto - BH do dia 08/10 ao dia 12/10.
Confira a programação:
06/10 - Páginas Amarelas - Local: Ipatinga - MG
08/10 - Paginas Amarelas - Local: Galpão Cine Horto - BH
09/10 - Páginas Amarelas - Local: Galpão Cine Horto - BH
11/10 - Diário do Maldito - Local: Galpão Cine Horto - BH
12/10 - Diário do Maldito - Local: Galpão Cine Horto - BH
Além das apresentações os grupos irão realizar oficinas e debates acerca do trabalho que vem desenvolvendo.

Acesse o blog dos grupos:
http://www.companhiab.blogspot.com

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A Cor do Concreto

Hoje eu acordei vazio,
andei pelas calçadas e os carros passavam...
O céu estava azul e mesmo assim
me senti cinza...
Hoje minha manhã estava sem cor...
parecia meio branca demais, ou talvez
cinza... isso, tudo cinzento...
Essa é a cor do concreto...
Mas nosso concreto não é de todo acinzentado
Durante muito tempo ele foi colorido
de cores fortes
azul
verde
amarelo
vermelho...
pássaros desiguais
meias-luas
traços desconexos...
Todo artista já sabe a que se destina...
E aqui, parece ter muitos artistas,
essa cidade expira arte...
E hoje eu acordei sem cor,
mas não chorei...
Por que nosso concreto flutuante está impregnado
de suas cores
de seus Athos...
Então continuemos a pintar nosso Concreto!
Quem sabe a próxima chuva que cair do céu
nos traga caquinhos de pássaros azuis...

Uma homenagem a Athos Bulcão,
Por Fabíola Gontijo.

HIstória

O Teatro do Concreto é um grupo de Brasília, profundamente identificado com a cidade e com as possibilidades de diálogo que o seu significado simbólico e real possibilita. O foco de trabalho está na reflexão sobre temas que afligem o homem contemporâneo e na investigação de novas possibilidades de composição da cena teatral.
A origem do grupo, em 2003, reúne experiências e encontros diversos, alguns se conheceram no curso de artes cênicas da Universidade de Brasília e outros em aulas de teatro de escolas públicas ou oficinas. Essa diversidade é uma marca forte do Teatro do Concreto, que integra artistas de diversas cidades satélites do DF, o que possibilita um olhar mais amplo da realidade que nos cerca e o diálogo intenso entre periferia e centro.
Um princípio norteador para o trabalho do grupo é a concepção do teatro como pesquisa coletiva de atores, dramaturgo, cenógrafo e encenador. Conceitualmente isso se traduz no processo colaborativo, que procura estabelecer relações mais horizontais entre os criadores. Outras características do grupo são o exercício constante da improvisação, a utilização de depoimentos pessoais dos criadores e a criação de imagens poéticas. É a partir desse material cênico que se desdobra em cenas, personagens e conflitos que criamos a nossa própria dramaturgia.
O primeiro trabalho profissional, que investigou as possibilidades de composição da cena a partir da dança pessoal, começou em 2003 na Universidade de Brasília e resultou no espetáculo Sala de Espera, adaptação do romance – A Doença uma experiência – de Jean-Claude Bernardet. Em 2005, a peça foi selecionada para o II Prêmio SESC do Teatro Candango e, em 2006, para a mostra Fringe do Festival de Teatro de Curitiba e para a II Mostra de Teatro em Barreiras (BA).
Em 2004, o grupo integra novos artistas, se consolida como um coletivo criador e inicia uma ampla pesquisa acerca da vida e obra do dramaturgo Plínio Marcos. O processo, que durou dois anos, resultou no espetáculo Diário do Maldito, que estreou no Teatro Oficina do Perdiz em novembro de 2006. O espetáculo, que deu maior visibilidade ao grupo, alcançou grande repercussão em 2007 participando de importantes festivais, acumulando prêmios e elogios da crítica especializada.
Um marco na trajetória do grupo foi a participação, em 2006, na oficina Processo Colaborativo, realizada em Brasília pelo Galpão Cine-Horto (Grupo Galpão-BH/MG) tendo como orientadores o dramaturgo Luís Alberto de Abreu, a diretora e atriz Tiche Vianna, o diretor Chico Medeiros e o ator Júlio Maciel. Essa experiência possibilitou aprofundar práticas e conceitos para ampliar nosso fazer teatral e nossa atuação como grupo. O resultado artístico da vivência foi Borboletas têm Vida Curta, um espetáculo de curta duração, que explora a questão da memória a partir de sons e objetos e nos leva a uma viagem emocional pela infância e suas descobertas inaugurais. Em 2006, o trabalho foi um dos convidados do 7º Festival de Cenas Curtas do Galpão Cine Horto (MG) e, em 2008, participou do Festival Nacional de Teatro de Macapá.
Em 2008, além de excursionar com Diário do Maldito, o Teatro do Concreto, composto de 15 artistas, dá início a sua nova pesquisa, a partir do tema Amor e Abandono. As investigações iniciais do grupo partem de uma questão central que é a relação entre amor e abandono na sociedade contemporânea.

Contato: concreto@teatrodoconcreto.com.br

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Na Internet

Na TV

No dia 23 de março de 2008, em "Me leva Brasil", quadro do Fantástico, da TV Globo, Maurício Kubrusly foi a Brasília e encontrou uma oficina mecânica que, à noite, se transforma num teatro. O dono do local resolveu ajudar um grupo de atores a montar uma peça. Veja a matéria completa, com participação do Teatro do Concreto, clique na foto ou no link abaixo.

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Nos jornais

Em construção...

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Sala de Espera

A realização de Sala de Espera (2003) é, antes de tudo, um conjunto de desafios. Desde o momento da adaptação do texto, passando pela pesquisa de linguagem, a concepção estética, desenhos de som, cenário, luz, figurino, até a finalização da cena e trabalho de produção. Circunstâncias nos mostraram como, apesar das dificuldades, deveríamos agir para construir um trabalho sólido, coerente e encantador.
Adaptado do original A Doença: Uma Experiência, do roteirista de cinema Jean-Claude Bernardet, o espetáculo narra, com a preciosidade imagética de um cineasta, uma história que trata de amor, preconceito, descobertas, perda e superação. Uma trajetória de extrema sensibilidade que transforma o relato narrativo, tendo como ponto de partida a presença da Aids, em uma metáfora de amor a vida.
O público se diverte no sutil jogo com os atores em momentos de humor refinado e ao ser confrontado com seus próprios preconceitos numa atmosfera de leveza e erotismo. Como diria o nosso protagonista, talvez o sentido da vida seja assim, algo tão simples: “Não perder tempo, a não ser que seja de modo agradável com amigos. Escrever-lhes, ainda que tarde. Receber cartas deles, ainda que tarde".
A proposta do espetáculo “Sala de Espera” é despertar na platéia uma relação com os personagens, para que esse público possa enxergar-se nos detalhes das ações e nos desejos expostos em cena. Trata-se de um trabalho bem cuidado, que se preocupa em atingir a platéia com total cumplicidade, causando-lhe empatia com seus próprios erros e preconceitos... o texto ultrapassa a barreira da interpretação para chegar a ser quase que uma confidência... e convida... Abra os seus olhos!

FICHA TÉCNICA
Espetáculo Sala de Espera
Texto original: Jean-Claude Bernardet
Adaptação e Direção:Fabíola Gontijo
Assistência de Direção e apoio técnico operacional: Nei Cirqueira
Elenco: Francis Wilker e Marcelo Alves
Cenografia e Figurino: Fabíola Gontijo
Fotografia: Telmo Ximenes
Desenho de Luz: Marks Almeida
Som: DJ E-TACKI
Produção: Silvia Paes
Realização: Teatro do Concreto

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Inútil Canto e Inútil Pranto pelos Anjos Caídos

O mergulho que o grupo brasiliense Teatro do Concreto fez na obra do dramaturgo Plínio Marcos rendeu, além do premiado espetáculo Diário do Maldito, uma leitura cênica a partir do conto 25 homens do livro INÚTIL CANTO E INÚTIL PRANTO PELOS ANJOS CAÍDOS. A leitura narra os últimos momentos da vida de 25 homens enclausurados numa cela de presídio e que morrem queimados durante uma rebelião. A obra é inspirada em fato verídico ocorrido em Osasco, SP.
O texto, publicado em 1977, guarda profunda relação com as questões carcerárias no Brasil, mantendo sua atualidade na crítica ácida ao sistema prisional 30 anos depois de seu lançamento. Dessa forma, o autor chama a atenção para questões importantes como distribuição de renda, violência, justiça, dignidade humana, fome e saúde.
Neste conto, mais uma vez, Plínio Marcos dá vez e voz aos excluídos, criando na sua narrativa detalhada do episódio uma verdadeira poética da crueldade.
FICHA TÉCNICA
Espetáculo: LEITURA CÊNICA DE INÚTIL CANTO E INÚTIL PRANTO PELOS ANJOS CAÍDOS EM OSASCO
Texto: Plínio Marcos
Direção: Francis Wilker e Ivone Oliveira
Realização: Teatro do Concreto
Elenco: Alonso Bento, Gleide Firmino, Hugo Cabral (1ª temporada), Jhony Gomantos (2ª temporada), Micheli Santini, Nei Cirqueira e Robson Castro (1ª temporada).

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Borboletas Têm Vida Curta

"Um acontecimento vivido é finito, ou pelo menos encerrado na esfera do vivido, ao passo que o acontecimento lembrado é sem limites, porque é apenas uma chave para tudo o que veio antes e depois." (Walter Benjamin)



Borboletas têm vida curta é um trabalho que procura levar para a cena, por meio de imagens, momentos delicados de nossa infância: as primeiras dores, perdas e amores. Vivências e momentos íntimos que ficaram guardados no fundo da nossa “mala de memórias”. O espetáculo conta a história de Heitor, um homem que, ao resgatar imagens da sua infância, tenta preencher o vazio deixado por alguém especial. Passado e presente se cruzam. O passado re-significando o presente.



A memória é algo sem controle, onde uma referência leva à outra que leva à outra, por isso, Borboletas têm vida curta parte da não-linearidade, onde é mais importante sentir cada uma dessas lembranças, que racionalizar uma história fechada em si mesma. É um espetáculo fugaz como aqueles momentos únicos que vivemos. Instantes raros de beleza que às vezes se perdem ao longo de nossas vidas.
O fio condutor da narrativa é a própria memória, provocando uma relação de identidade e pertencimento com o público, ao trazer à tona lembranças de vivências universais que podem ser de qualquer ser humano.
A peça é resultado da Oficina Processo Colaborativo, realizada durante o Festival do Teatro Brasileiro - Cena Mineira, realizado pela Alecrim Produções em Brasília, no ano de 2006. Para essa oficina, apenas 03 grupos do DF foram selecionados, de forma que o contato com profissionais de referência para o teatro brasileiro contemporâneo pudesse potencializar o trabalho desses grupos. A oficina teve a orientação do dramaturgo Luís Alberto de Abreu, do diretor Chico Medeiros, da atriz e diretora Tiche Viana e do ator Júlio Maciel, profissionais convidados pelo Galpão Cine Horto para ministrarem a oficina em Brasília.
O espetáculo Borboletas têm vida curta estreou em 2006, sendo apresentado no Teatro da Caixa em Brasília, depois convidado especial do VII Festival de Cenas Curtas do Galpão Cine Horto em Belo Horizonte (2006). Em 2007 se apresentou na Mostra Dulcina em Conjunto e no projeto Quarta - Cênica do SESI DF.

FICHA TÉCNICA
Criação e Produção: Teatro do Concreto
Direção: Francis Wilker
Assistente de Direção: Ivone Oliveira
Dramaturgia: Maria Carolina Machado
Atores: Aline Seabra, Alonso Bento, Jhony Gomantos, Micheli Santini e Nei Cirqueira.
Cenografia: Marley Oliveira
Figurino: Marley Oliveira e Hugo Cabral
Operação de luz: Zizi Antunes
Operação de som: Gleide Firmino
Assistente de Produção: Hugo Cabral
Fotos: Thiago Sabino
Duração: 30 minutos
Classificação etária: livre

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Chegança



O trabalho cênico Chegança é o primeiro resultado do Núcleo de Pesquisa e Produção Teatral do SESI-DF em parceria com o Teatro do Concreto, que iniciou suas atividades em junho de 2007.



A investigação de linguagem para Chegança, ainda em processo, passou por um breve contato com elementos da Commedia Del’ Arte e do teatro de rua e a apresentação no Teatro Yara Amaral, no Centro Cultural SESI de Taguatinga-DF foi uma oportunidade de verificar como esse caminho estético dialoga com o público.
O teatro popular é a abordagem estética e de treinamento de atores que o diretor Francis Wilker está iniciando e que resultará em montagem de espetáculo inédito para 2008. O SESI desenvolve por meio do grupo Teatro do Concreto - grupo brasiliense que tem como foco a investigação de novas possibilidades de composição da cena teatral - o Núcleo de Pesquisa e Produção Teatral - um projeto amplo que responde de forma concreta aos objetivos do SESI de incentivar a produção artística local e contribuir para a melhoria da qualidade de vida do trabalhador, para isso, o projeto está desenvolvendo três linhas de atuação:
1- Núcleo de Pesquisa Teatral do SESI (NPT-SESI) - O Centro de pesquisa e produção cultural em teatro tem a sua ação voltada para a pesquisa de linguagem e a formação e estímulo à criação teatral. Dessa forma, se consolida como um espaço de criadores interessados em pensar, praticar e construir conhecimento no campo do desenvolvimento das artes cênicas. Todas as ações do NPPT serão registradas e publicadas.
2 - Oficinas de Teatro do SESI - Serão oferecidas oficinas de iniciação teatral para trabalhadores da indústria e seus familiares. Uma ação que fortalecerá as demais iniciativas de promoção da qualidade de vida do trabalhador e da sua inserção cultural. As oficinas serão oferecidas, inicialmente, em 4 unidades do SESI-DF (Taguatinga, Ceilândia, Núcleo Bandeirante e Sobradinho). O objeto de pesquisa que permeia todo o planejamento para as oficinas que serão ministradas por atores do Teatro do Concreto é a questão da imagem na contemporaneidade. A idéia não é simplesmente fazer uma oficina e montar uma peça no final, mas desenvolver e aprofundar uma questão estética no percurso de ensino-aprendizagem em teatro.
3 - Trupe da Vida – criação e apresentação de cenas curtas focadas em temas relacionados à qualidade de vida que serão apresentadas em indústrias do DF, atendendo a demanda por apresentações teatrais sócio-educativas para orientar e colaborar na formação dos trabalhadores. As primeiras esquetes teatrais criadas para esse trabalho falam de alimentação e atividade física e usam elementos da Commédia Del’ arte e do teatro de rua. A proposta do Núcleo de Pesquisa foi fazer da criação das cenas curtas também um espaço privilegiado para a pesquisa de linguagem cênica.
Além do NPPT, o SESI DF desenvolve diversas ações de sucesso voltadas para o desenvolvimento cultural da capital, exemplo disso é o Centro Cultural do SESI em Taguatinga, criado na década de 70, e que hoje é importante referência de difusão cultural na cidade. O projeto SESI Cultural, em parceria com a TV Globo Brasília, integra as terças cinematográficas, quartas cênicas e quintas musicais. A iniciativa descobre e valoriza o potencial de novos talentos; promove a descentralização da cultura e a democratização do acesso à arte; forma novas platéias qualificadas com senso crítico e estético e divulga as manifestações culturais do Distrito Federal, por isso o projeto é realizado durante todo o ano e com entrada gratuita.
Só em 2007 já passaram pelos palcos do Centro Cultural mais de 60 espetáculos de teatro, música e também filmes. Nomes como Guilherme Arantes, Flávio Venturine, Irmãos Guimarães e tantos outros abrilhantaram as noites de Taguatinga e mostraram a diversidade de linguagens em cada área, contribuindo sobremaneira para a formação de platéia.
Com a criação do NPPT SESI-DF, a instituição espera fortalecer ainda mais suas ações na área cultural e contribuir para o desenvolvimento das artes cênicas no DF.

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Diário do Maldito



O espetáculo Diário do Maldito é resultado de dois anos de pesquisa acerca da vida e da obra do dramaturgo Plínio Marcos. O processo criativo teve início em outubro de 2004 e a estréia no Teatro Oficina do Perdiz em novembro de 2006, um espaço marginal da cidade onde, há mais de vinte anos, funciona uma oficina mecânica e um teatro.
Plínio Marcos, um dos maiores expoentes da dramaturgia nacional, incorporou o tema da marginalidade na cena brasileira em textos de desconhecida violência para o teatro da década de 60. Na sua obra, os “marginais”, são retratados como gente na boca de cena, com direito a vez e voz. A opção em falar da “banda podre do mundo” o tornou conhecido como o “autor maldito” do teatro brasileiro, jargão que nunca o incomodou, já que reconhecia na vida dos excluídos a extensão de sua própria vida e a matéria prima para as suas histórias e personagens.
Para o pesquisador Paulo Vieira, no seu livro Plínio Marcos a Flor e o Mal, é possível identificar três fases distintas na obra de Plínio. Procuramos percorrer no processo de pesquisa essas três dimensões e, acreditamos que Diário do Maldito, de alguma forma, também consegue expressar essas diferentes fases:
“A primeira fase pode ser chamada de constatação (...) Plínio Marcos constata a existência do mal na sociedade. A segunda fase compreende os musicais (...) A terceira fase, chamá-la-emos de proposição. (...) obras cujos temas apontam para o misticismo, (...) como se o autor propusesse a via do espírito para a superação da condição humana".
A partir desse itinerário explicitado na obra do autor paulista, o Teatro do Concreto, durante o longo período de pesquisa teórico-prática, reuniu cerca de oito horas de cenas e improvisações a partir de investigações em espaços de Brasília como feiras, rodoviária, terreiro de candomblé; estudo de arquétipos; textos do Plínio; entrevistas com amigos do dramaturgo; informações sobre o samba paulista; entrevistas com personagens reais retratados em sua obra, como prostitutas e carcereiros. Além disso, foram explorados textos e crônicas do autor que ofereceram um universo pouco conhecido da maioria do público, como é o caso de “O prisioneiro de uma canção” e “Inútil canto e inútil pranto pelos anjos caídos”.
O material cênico criado a partir desses estímulos diversificados, a estrutura do texto e demais elementos da cena foram selecionados e aprimorados. Um processo que passou por quatro etapas de ensaios abertos com o público, apelidados pelo grupo de “cena concreta”. Oportunidades onde o diálogo da obra, com o seu último criador (platéia), indicaram caminhos para ajustar a dramaturgia e até excluir cenas que se mostraram redundantes.
Questões que envolvem a estética, a biografia de Plínio Marcos, a conexão de sua obra com Brasília e o que queremos dizer ao público a partir dessas reflexões, foram apenas algumas das indagações que os criadores do Teatro do Concreto se fizeram durante essa pesquisa e que de alguma forma perpassam as cenas e textos criados. Por que Plínio? Pra quem é o nosso teatro? Quem é o seu povo? O que significa ser artista em Brasília? O que te indigna? Como se faz na aldeia do desconsolo? Qual a atualidade da dramaturgia pliniana?
Foi esse fazer investigativo, de tentativas, erros e acertos, que possibilitou a criação de uma dramaturgia própria, que também integra algumas citações de textos do dramaturgo. Assim nasceu o nosso Diário do Maldito, e todas as noites quando entramos em cena, a obra e a vida de Plínio Marcos não é o nosso texto oficial, mas um pretexto para construir, com o público, um diálogo vivo sobre o homem, a função da arte e o papel do artista contemporâneo. Como dizia o próprio Plínio, “o mundo nunca precisou tanto dos poetas, como agora”.


SINOPSE: O público é recebido num bar onde conhecerá diversas histórias e personagens que descrevem a trajetória divertida e comovente de um Poeta. O espetáculo traz a tona à incerteza de um artista que dedicou anos a fio a escritos de denúncia social – agora, pensa em parar de criar. Inconformados com a situação seus personagens invadem a cena para cobrá-lo.

FICHA TÉCNICA

Espetáculo: Diário do Maldito
Criação: Teatro do Concreto
Direção: Francis Wilker
Assistente de Direção: Ivone Oliveira
Dramaturgia: Juliana Sá
Consultoria Artística: Tiche Vianna
Elenco: Aline Seabra, Alonso Bento, Gleide Firmino, Jhony Gomantos, Maria Carolina Machado, Micheli Santini, Nei Cirqueira, Robson Castro e Silvia Paes
Músicos: Daniel Pitanga, Igor Guilherme, Janari Coelho e Regina Neri
Coordenação de montagem e operação de luz: Zizi Antunes
Ambientação Cenográfica: o grupo, com a colaboração de Isabella Veloso e Leonardo Cinelli
Desenho de Luz: Marcelo Augusto
Fotos: Alexandra Martins, Tatiana Reis e Thiago Sabino.
Figurinos: o grupo, com consultoria de Cyntia Carla
Assistente de Produção: Hugo Cabral
Cenotécnica: Lisbeth Rios

O espetáculo faz referência aos seguintes textos de Plínio Marcos: Navalha na Carne, Prisioneiro de uma canção, Inútil canto e inútil pranto pelos anjos caídos em Osasco.

PRÊMIOS
Festival Nacional de Teatro de Macapá - 2008
melhor espetáculo
melhor cenografia
Indicado nas categorias de melhor direção, ator e atriz.

Prêmio SESC do teatro candango - 2007
melhor atriz
melhor cenografia
Indicado nas categorias melhor ator e melhor figurino.

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Processo Criativo

Os processos criativos no Teatro do Concreto integram atividades como grupos de estudo, improvisações, exploração de espaços urbanos, ensaios abertos, construção de imagens poéticas, seminários, entrevistas, entre outras estratégias que possam estimular a criação da cena. Todo o trabalho conduzido na sala de ensaios tem como base cinco diretrizes metodológicas estruturantes:
1 - Processo Colaborativo: visa, essencialmente, o estabelecimento de uma horizontalidade na relação entre os agentes teatrais na elaboração de um espetáculo. Seu objetivo primordial é acabar com as hierarquias desnecessárias entre os criadores. Todos os envolvidos na criação têm o direito e o dever de contribuírem para a produção artística, visto que, somente a troca permite que o processo exista. Antônio Araújo, diretor do Teatro da Vertigem, um dos sistematizadores desse processo, assim o define: “O processo colaborativo se constitui numa metodologia de criação em que todos os integrantes, a partir de suas funções artísticas específicas, têm igual espaço propositivo, sem qualquer espécie de hierarquias, produzindo uma obra cuja autoria é compartilhada por todos”.
2- Depoimentos pessoais: utilização de colocações íntimas e pessoais dos atores (fatos vividos, pontos de vista, histórias) que traduzem seus posicionamentos, enquanto pessoas, artistas e cidadãos e representa um material passível de manipulações artísticas dado o hiper-realismo com que são apresentados.
3 - Imagem poética: a tradução, em elementos essencialmente visuais, da percepção dos atores acerca de um tema, cena ou texto. O ator elabora uma espécie de instalação, que pode ter ou não movimento e participação de atores e que ressalte, plasticamente, o seu olhar para determinada questão.
4 – Investigação em espaços urbanos: a partir do tema tratado, o grupo procura identificar espaços na cidade que possuam algum tipo de relação com o tema e realizam visitas de exploração e experimentações a partir das influências e observações do espaço.
5 - Canovaccio: a estruturação que o dramaturgo faz do material cênico produzido pelo grupo ao longo dos ensaios. Uma espécie de roteiro de trama larga que recebe o nome de ‘canovaccio’. Luís Alberto de Abreu, importante dramaturgo brasileiro, assim define o mesmo: “Canovaccio é mais que um roteiro de ações. É reunião de ações, imagens, metáforas, intenções, conceitos, climas e intensidades que se pretende no espetáculo. Não é também uma mera organização das improvisações em sala de ensaio. É imaginar-se um espetáculo possível (...)”
6 - Cenas Concretas (ensaios abertos): são apresentações de ciclos de improvisações produzidos pelo grupo, organizadas num roteiro simples e realizadas para um público convidado. Seu objetivo principal consiste em dialogar nossa produção com o público e a partir desse encontro gerar novos olhares e possibilidades para a cena/espetáculo que está sendo criado.

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Prêmios

DIÁRIO DO MALDITO
Festival Nacional de Teatro de Macapá - 2008
melhor espetáculo
melhor cenografia

Indicado nas categorias melhor direção (Francis Wilker), ator (Nei Cirqueira) e atriz (Gleide Firmino).

Prêmio SESC do teatro candango - 2007
melhor atriz (Micheli Santini)
melhor cenografia

Indicado nas categorias melhor ator (Nei Cirqueira) e melhor figurino.

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quinta-feira, 16 de julho de 2009